Oito meses após a morte do icônico jogador e treinador Mário Zagallo, falecido em 5 de janeiro de 2024, uma batalha judicial está em curso envolvendo o inventário do ex-atleta. A disputa gira em torno de uma demanda de R$ 328.115,27 apresentada por uma das cuidadoras que esteve ao lado de Zagallo entre 2018 e 2024.
A enfermeira, que prestou cuidados intensivos ao tetracampeão, reivindica esse valor como compensação por direitos trabalhistas que alegadamente não foram pagos, incluindo depósitos de FGTS, INSS, rescisão contratual, além de horas extras e plantões. Ela também acusa Mário César Zagallo, filho e tutor do ex-jogador, de assédio moral devido ao tratamento ríspido e ofensivo que teria recebido durante o período em que trabalhou para a família.
No mês corrente, a 42ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, presidida pela juíza Nelise Maria Behnken, sediou uma sessão para tentar mediar um acordo entre as partes. A proposta inicial da família Zagallo foi de R$ 18 mil, valor que foi prontamente recusado pela enfermeira. Em resposta, a cuidadora fez uma contraproposta de R$ 190 mil. Uma nova audiência está agendada para o dia 16 de outubro de 2024, para continuar as negociações.
Segundo informações do UOL, o trabalho da enfermeira envolvia a necessidade de cuidados constantes, incluindo a permanência de 24 horas ao lado de Zagallo, que não conseguia realizar tarefas básicas sem assistência, como ir ao banheiro. Ela dormia no mesmo quarto que o ex-atleta, em um colchão no chão, evidenciando o nível de dedicação e comprometimento exigido por suas funções.
O desenrolar do caso destaca as complexidades que podem surgir em processos judiciais envolvendo questões trabalhistas e a administração de heranças, especialmente quando a figura pública envolvida é de grande relevância nacional. A resolução deste conflito será crucial para determinar não apenas a compensação financeira devida, mas também para definir precedentes em situações semelhantes que envolvam cuidados intensivos e compensações trabalhistas.
