Justiça do Rio de Janeiro Determina Medidas Socioeducativas para Adolescentes Envolvidas em Ataques Racistas
Na quinta-feira (19), a Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro tomou uma decisão importante em um caso de ofensas racistas, homofóbicas e gordofóbicas envolvendo duas adolescentes. Elas gravaram um vídeo atacando uma colega de escola em 2022, em uma instituição particular na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. As meninas, que tinham apenas 12 anos na época, agora deverão prestar serviços comunitários e produzir um seminário sobre antirracismo.
O Caso
O episódio foi denunciado por uma mãe, que relatou que sua filha havia sido alvo de ataques nas redes sociais. As adolescentes foram processadas por ato infracional análogo aos crimes de injúria racial. A decisão judicial visa responsabilizar as jovens por suas ações e promover a reflexão sobre comportamentos discriminatórios.
Medidas Aplicadas
As adolescentes deverão prestar serviços à comunidade por seis meses, com carga de quatro horas semanais. Além disso, terão que ler o livro “Pequeno Manual Antirracista”, de Djamila Ribeiro, e elaborar um trabalho escrito sobre o conteúdo, que será apresentado à juíza em audiência marcada para o dia 3 de dezembro.
Uma das jovens obteve remissão de medida socioeducativa, foi excluída do processo e, embora tenha que participar do seminário, foi dispensada dos serviços comunitários. Segundo a juíza Vanessa Cavalieri, essa adolescente demonstrou sinceramente estar arrependida e compreendeu a gravidade de seus atos.
O Impacto nas Vítimas
Durante a audiência, a vítima compartilhou o sofrimento contínuo causado pelas ofensas. A mãe da menina apresentou uma redação escrita por ela quase dois anos após o incidente, na qual expressou a sensação de humilhação e impunidade que ainda a afeta.
A juíza destacou a preocupação com o crescente número de adolescentes envolvidos em atos de injúria, cyberbullying e outros crimes digitais, enfatizando que esses comportamentos estão se tornando cada vez mais comuns entre crianças e jovens.
Repercussão
A decisão da Justiça foi elogiada nas redes sociais, especialmente pela autora do livro que as adolescentes deverão ler. Djamila Ribeiro manifestou seu apoio à medida, destacando a importância da educação para combater o racismo e promover a inclusão.
Este caso serve como um alerta sobre a necessidade de ações educativas e de responsabilização em situações de discriminação, contribuindo para um ambiente mais respeitoso e consciente nas escolas e na sociedade.