O Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) confirmou, na tarde desta segunda-feira (4), que um ataque aéreo de Israel em Beirute, no Líbano, resultou na morte de uma bebê brasileira de um ano, identificada como Fatima Abbas. Ela é a terceira vítima fatal brasileira no contexto do intenso conflito entre Israel e o grupo libanês Hezbollah, todos os quais eram crianças.
Fatima Abbas foi atingida pelo bombardeio israelense em 2 de novembro no subúrbio de Hadeth, ao sul da capital libanesa. A criança foi gravemente ferida durante o ataque, que atingiu uma área residencial, e não resistiu aos ferimentos. A confirmação de sua morte foi acompanhada de uma nota de pesar emitida pelo governo brasileiro.
Reação do Governo Brasileiro
Em nota oficial, o Itamaraty expressou grande pesar e consternação pela morte da bebê. O texto também confirmou que Fatima Abbas é a terceira vítima fatal brasileira no Líbano, todas vítimas de ataques aéreos israelenses. “O governo brasileiro tomou conhecimento, com grande pesar e consternação, da morte, em Beirute, de bebê brasileira de um ano de idade, Fatima Abbas, vítima de ataque israelense em 2 de novembro no subúrbio de Hadeth”, disse o comunicado.
Além de lamentar profundamente o ocorrido, o governo brasileiro também renovou sua condenação aos ataques israelenses contra zonas civis no Líbano, prática que já havia sido criticada pela diplomacia brasileira em declarações anteriores. “O governo brasileiro reitera a condenação, nos mais fortes termos, aos contínuos e injustificados ataques aéreos israelenses contra zonas civis no Líbano”, afirmou o Itamaraty. O texto também destacou que o governo brasileiro se solidariza com a família de Fatima Abbas, expressando sentidas condolências.
Vítimas Brasileiras Anteriores
Fatima Abbas se junta a Mirna Raef Nasser e Ali Kamal Abdallah, dois outros brasileiros mortos em decorrência dos ataques israelenses no Líbano. Em setembro, o governo brasileiro havia confirmado a morte de Mirna Raef Nasser, uma adolescente natural de Balneário Camboriú (SC), após bombardeios israelenses no sul do Líbano. Ela foi vítima de um ataque aéreo na região de Tiro, no sul do país, onde os bombardeios estavam sendo intensificados.
Além dela, outro jovem brasileiro, Ali Kamal Abdallah, de 15 anos, também perdeu a vida nos mesmos bombardeios. Ali, natural de Foz do Iguaçu (PR), estava na região do Vale do Bekaa, a leste de Beirute, uma área marcada por ataques israelenses devido à presença de forças do Hezbollah.
O Conflito Israel-Hezbollah e Seus Efeitos Humanitários
O ataque que vitimou Fatima é parte de uma intensificação do conflito entre Israel e o Hezbollah, que se agravou nos últimos meses, especialmente após a escalada das hostilidades em setembro de 2024. Israel iniciou uma série de ataques aéreos contra o Líbano, ampliando a crise na região do Oriente Médio e resultando em numerosas mortes de civis, incluindo mulheres e crianças.
O governo brasileiro tem se manifestado contra os ataques indiscriminados de Israel às zonas civis libanesas e criticado a falta de proteção às populações não envolvidas diretamente no conflito. O Brasil também fez apelos reiterados para que ambas as partes envolvidas no confronto cessem as hostilidades e busquem uma solução pacífica para o impasse.
Apelo à Paz e Cessar-Fogo
O governo brasileiro tem reforçado, desde o início do conflito, sua posição em defesa da paz e da proteção dos direitos humanos. No comunicado recente, a diplomacia brasileira fez um novo apelo para que as partes envolvidas no conflito cessem imediatamente as hostilidades, a fim de evitar mais vítimas e danos à população civil. “Renovamos o apelo às partes envolvidas para que cessem imediatamente as hostilidades”, concluiu o Itamaraty.
O Brasil, que mantém uma política externa focada na promoção da paz e estabilidade no Oriente Médio, espera que os acordos diplomáticos possam ser alcançados para reduzir o impacto humano do conflito, particularmente em uma região tão devastada por anos de tensão política e militar.
Contexto do Conflito e o Papel Internacional
O conflito entre Israel e o Hezbollah tem suas raízes em uma série de disputas geopolíticas e religiosas no Oriente Médio, envolvendo também questões de território e segurança. O Hezbollah, uma organização paramilitar xiita apoiada pelo Irã, tem se confrontado com Israel em várias ocasiões, sendo a atual ofensiva mais uma escalada das tensões históricas entre os dois grupos.
Internacionalmente, diversos países têm se posicionado contra a violência indiscriminada e o uso de força desproporcional, mas as negociações para um cessar-fogo definitivo ainda não avançaram significativamente.
Conclusão: A Trágica Realidade das Vítimas Civis
A morte de Fatima Abbas, uma bebê de apenas um ano, tragicamente simboliza a face mais vulnerável do conflito, que não escolhe idades e leva a vidas inocentes. O governo brasileiro tem se empenhado em expor e condenar as consequências humanitárias do confronto e a perda de vidas civis, particularmente entre os brasileiros, cujos familiares agora enfrentam a dor da morte prematura de seus filhos em um país distante. Enquanto isso, o mundo observa na esperança de que a diplomacia prevaleça, evitando mais mortes e sofrimento.
