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Bolsonaro presta depoimento como testemunha em processo que investiga ex-diretor da PRF por irregularidades nas eleições de 2022

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi ouvido como testemunha de defesa no processo administrativo que pode resultar na cassação da aposentadoria do ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques. Silvinei é alvo de um processo disciplinar iniciado no início de 2023, acusado de cometer oito possíveis irregularidades relacionadas ao seu comportamento durante as eleições de 2022. A principal acusação é que ele teria utilizado sua posição na PRF para favorecer Bolsonaro e influenciar o resultado eleitoral.

O depoimento de Bolsonaro ocorreu no último dia 1º de novembro, após decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), que determinou que o ex-presidente prestasse depoimento de forma oral, ao invés de por escrito. Durante a audiência, Bolsonaro foi acompanhado por dois advogados e foi inquirido exclusivamente pela defesa de Silvinei. Os membros da comissão da Controladoria-Geral da União (CGU), responsáveis pelo processo administrativo disciplinar, optaram por não realizar perguntas ao ex-presidente.

Silvinei Vasques, que foi exonerado do cargo de diretor-geral da PRF no início de 2023, é investigado pela CGU por sua participação em eventos oficiais, entrevistas e postagens nas redes sociais durante o período eleitoral. O ex-diretor da PRF é acusado de pedir votos abertamente para Bolsonaro, especialmente no segundo turno das eleições de 2022.

No dia 29 de outubro de 2022, véspera do segundo turno das eleições, Silvinei fez uma publicação em seu perfil no Instagram com a foto da bandeira do Brasil e a mensagem “vote 22. Bolsonaro presidente”. A postagem gerou polêmica e rapidamente viralizou nas redes sociais, sendo posteriormente excluída.

Além da investigação pela CGU, Silvinei foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por supostamente usar a estrutura da PRF para realizar blitze em municípios onde o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve mais votos que Bolsonaro. Essas operações, segundo as investigações, teriam como objetivo prejudicar a campanha de Lula e beneficiar a candidatura de Bolsonaro.

Silvinei também passou quase um ano preso preventivamente, após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Sua prisão foi revogada em agosto de 2024, e ele foi liberado com medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. A decisão de Moraes foi comemorada por seus defensores, mas ainda é alvo de controvérsias.

O processo disciplinar contra Silvinei continua em andamento, e a investigação sobre o uso da PRF nas eleições de 2022 permanece sob análise da Justiça e da Controladoria-Geral da União. Caso as irregularidades sejam confirmadas, ele poderá enfrentar sanções graves, incluindo a perda de sua aposentadoria e a inelegibilidade para cargos públicos.

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