Há cerca de uma semana, um vídeo do ex-goleiro Bruno de Souza, de 39 anos, entregando móveis em Rio das Ostras (RJ) viralizou nas redes sociais. A imagem surpreendeu muitos, mas para os comerciantes do centro da cidade, a presença de Bruno não é novidade.
Na última terça-feira (24), a equipe do UOL visitou a loja “Casa Unimar”, onde Bruno trabalha há mais de um ano. A visita aconteceu dois dias antes da estreia do documentário da Netflix sobre o assassinato de Eliza Samúdio, caso pelo qual Bruno foi condenado.
Os funcionários da loja descreveram Bruno com adjetivos como “pontual”, “dedicado” e afirmaram que ele “não dá trabalho”. No entanto, ninguém quis gravar os depoimentos, preservando assim suas identidades.
Naquela manhã, Bruno não estava presente. Segundo os colaboradores, ele frequentemente trabalha nas ruas, realizando entregas em outras cidades da região.
Uma funcionária, que pediu anonimato, defendeu Bruno: “Ele é uma pessoa trabalhadora. Nunca nos deu trabalho. Está tentando recomeçar sua vida”.
Discrição e Reações
Bruno tem se esforçado para manter um perfil discreto em sua nova rotina. Suas aparições na loja são silenciosas, sem muito alarde. Embora alguns o reconheçam, muitos clientes ficam em dúvida, incapazes de acreditar que o ex-goleiro envolvido em um dos casos mais brutais do Brasil esteja ali, entregando móveis.
“Tem gente que fica olhando e não acredita que é o Bruno. Depois que ele vai embora, alguns perguntam se é ele mesmo. Alguns acham que é brincadeira”, relata um vendedor da loja.
Com a nova vida longe das grades, Bruno busca reconstruir sua trajetória, mesmo diante de um passado que continua a assombrá-lo. A recepção mista que recebe na loja reflete as complexidades de sua reintegração social, em um contexto onde muitos ainda lembram do crime que chocou o Brasil.
