Fernanda Costa, filha do notório traficante Fernandinho Beira-Mar, foi reeleita vereadora no Rio de Janeiro, recebendo 7.355 votos e posicionando-se como a sétima candidata mais votada na cidade de Duque de Caxias. A vitória de Costa reflete não apenas seu apelo político, mas também uma trajetória marcada por controvérsias.
Fernandinho Beira-Mar, pai de Fernanda, é considerado uma das maiores lideranças do Comando Vermelho, com um longo histórico de crimes relacionados ao tráfico de drogas e armas. Com mais de 300 anos de condenação acumulada, sua influência no crime organizado é amplamente reconhecida.
Desde 2017, Fernanda Costa é ré em uma ação penal, acusada de ser o “braço político” de seu pai. As acusações incluem a participação na transmissão de ordens para comparsas e na lavagem de dinheiro oriundo do tráfico. No entanto, é importante destacar que, até o momento, ela não foi julgada nem condenada, o que permite sua participação nas eleições, uma vez que, legalmente, não há impedimentos.
Nesta eleição, Costa obteve quase o dobro de votos em relação a 2020, quando ficou como primeira suplente na Câmara. Ela conquistou uma vaga definitiva em outubro de 2021, após a morte do vereador Danilo do Mercado.
Formada em Odontologia, a vereadora de 39 anos iniciou sua carreira política em 2016, quando tentou pela primeira vez uma vaga na Câmara de Duque de Caxias, obtendo 3.098 votos, mas não foi eleita. Filiada ao Partido Progressista (PP), sua reeleição pode indicar uma aceitação do eleitorado em um contexto marcado por complexidades políticas e sociais.
A trajetória de Fernanda Costa levanta questões sobre a relação entre criminalidade e política, além de suscitar debates sobre a legitimidade de candidatos que, apesar de enfrentar processos, ainda têm a possibilidade de disputar cargos públicos.
