O futebol é feito de narrativas que, quando bem contadas pelos próprios protagonistas dentro de campo, dispensam floreios. E é exatamente isso que Lucas Beraldo está fazendo. Aos 21 anos, o zagueiro brasileiro acaba de conquistar a UEFA Champions League pelo Paris Saint-Germain — um feito histórico tanto para o clube quanto para o próprio jogador. E mais do que levantar a taça, Beraldo deixou claro que está pronto para brilhar entre os grandes do futebol mundial.
Não há exagero ao dizer que o jovem defensor vive o auge — até aqui — de sua carreira. Contratado pelo PSG no início de 2024, Beraldo chegou como uma aposta promissora vinda do São Paulo, mas em poucos meses se transformou em uma realidade incontestável. Enquanto outros zagueiros de renome rodavam o elenco, o brasileiro permaneceu como peça fixa, ganhando a confiança de Luis Enrique e da exigente torcida parisiense.
Na final contra a Inter de Milão, Beraldo mostrou tudo aquilo que a base brasileira ainda é capaz de formar: leitura de jogo, antecipação, técnica, calma sob pressão e, principalmente, personalidade. Não é fácil atuar em Wembley diante de milhões de olhos e não sentir o peso. Ele não apenas jogou — ele comandou.
Sua ascensão também lança luz sobre uma questão importante: o Brasil, que sempre foi celeiro de atacantes e meias criativos, parece estar finalmente reconstruindo sua tradição de grandes defensores. Beraldo se junta a nomes como Éder Militão, Gabriel Magalhães e Bremer, formando uma nova geração que promete devolver solidez à defesa da Seleção.
Mas há algo em Beraldo que vai além dos números e das boas atuações: sua postura. Em um ambiente de vaidades e holofotes, ele é discreto, concentrado e profissional. Tem o discurso certo, a humildade necessária e a fome de quem ainda quer muito mais. E isso talvez seja seu maior diferencial.
O PSG ganhou a Champions, sim. Mas ganhou, sobretudo, um novo símbolo. E o futebol brasileiro, tantas vezes carente de heróis recentes, pode ter encontrado um novo nome para confiar. Beraldo não será apenas mais um — ele tem tudo para ser lembrado como o zagueiro que conquistou a Europa e, quem sabe, também o coração do torcedor brasileiro.
