No último domingo (20), durante uma entrevista que foi ao ar no programa Fantástico, o lavrador Danilo Santos fez uma revelação chocante sobre sua experiência nas recentes eleições em Nova Olinda do Maranhão. Ele admitiu que aceitou vender seu voto em troca de materiais de construção, especificamente 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e madeira para sua casa.
Danilo contou que foi abordado por Ary Menezes, candidato à prefeitura, e seu vice, Ronildo da Farmácia (MDB), junto com uma aliada, Clécia Barros (Republicanos). Segundo o lavrador, os três perguntaram o que ele gostaria de receber em troca de seu voto, e ele foi claro em sua demanda.
“Falei que eram 1.500 telhas, 20 sacos de cimento e a madeira da minha casa. Eles me disseram que, se fosse só isso, já estava tudo comprado e que, no dia seguinte, eu poderia ir buscar lá no galpão”, relatou Danilo.
Contudo, ele afirmou que apenas as telhas foram entregues, levando-o a desistir do acordo. Para sua surpresa, dois dias após a eleição, um caminhão da prefeitura apareceu em sua casa para recolher as telhas que haviam sido fornecidas.
Ary Menezes, que venceu a eleição por uma margem apertada de apenas dois votos contra a candidata Thaymara Amorim (PL), se manifestou por meio de nota, afirmando que “a compra e venda de votos comprometem a democracia do pleito e devem ser investigadas pela justiça eleitoral.” Ele se colocou à disposição para prestar esclarecimentos sobre as acusações.
Ronildo da Farmácia, por sua vez, negou veementemente as acusações. “Da minha parte e da parte do Ary, temos 100% de certeza de que não oferecemos dinheiro em troca de votos para ninguém”, afirmou.
A defesa de Clécia Barros também se posicionou, afirmando que ela “não tem conhecimento sobre a coleta ilícita de votos apontada na reportagem” e destacando que sua cliente sempre pautou sua vida pública pela honestidade e respeito à democracia.
As revelações feitas por Danilo Santos levantam questões sérias sobre a integridade do processo eleitoral em Nova Olinda do Maranhão e ressaltam a importância de uma investigação rigorosa por parte da justiça eleitoral para garantir a transparência e a lisura nas próximas eleições.
